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Page history last edited by juliano 14 years, 6 months ago

O que é aprendizado em uma cultura participativa? Parte 2 (original / tradutores)

 

Hoje, estou dirigindo a segunda parte de um ensaio escrito por Erin Reilly, a diretora de pesquisa do Projeto New Media Literacies (NML), em que ela fala mais sobre a nossa nova biblioteca de aprendizagem. Se você ainda não tiver visto a biblioteca de aprendizagem, você pode encontrá-la aqui. E se você quiser saber mais sobre como ela está começando a ser implantada em toda uma gama de estabelecimentos educativos, confira a edição especial da revista Threshold sobre "Aprendizagem em uma cultura participativa" (Learning in a Participatory Culture).

 

Explorando o 'New Media Literacies'

 

Meu trabalho no Zoey's Room foi o gancho ideal para uma aplicação prática da investigação do Projeto NML sobre como uma cultura participativa facilita a aprendizagem no século 21. Fora das salas de aula, que em grande parte ainda seguem um modelo "de cima para baixo" em que os professores distribuem o conhecimento, hoje, as crianças aprendem através de pesquisa e coleta de informações, armazenando-as enquanto elas passeiam sem solavancos entre os espaços físicos e virtuais. O conhecimento é adquirido através de várias novas ferramentas e processos enquanto a criança acumula informações que são visuais, sonoras, musicais, interativas, abstratas e concretas, e então mixando tudo isso em seu próprio depósito de conhecimento. Ao descrever como aprendizagem e pedagogia têm de mudar neste novo contexto cultural e multimídia, o think tank New London Group afirma que a "pedagogia de alfabetização agora deve considerar o crescente desenvolvimento de variedades de formas textuais, interligadas com informações e tecnologias multimídia".

 

De fato, o New London Group descreve como "a multiplicação dos canais e dos meios de comunicação" origina a necessidade de "criar condições aprendizagem para a plena participação social." Nesse sentido, os movimentos de letramento midiático efetivamente tomaram a dianteira entre os educadores por ensinar os estudantes a analisar a mídia que consomem e a enxergar a si mesmo tanto como consumidores como produtores de conteúdo. No entanto, mesmo essa aprendizagem é muitas vezes relegada a disciplinas eletivas ou a programas de aperfeiçoamento, em vez de ser integrada aos currículos. As novas alfabetizações que a mídia demanda nos permitem pensar o processo de aprendizagem de formas muito diversificadas, uma vez que vem à tona uma mudança do modelo "de cima para baixo" para outro, que invoca todas as vozes e todos os meios de pensar e criar para a construção de novos conhecimentos. Para muitos educadores, no entanto, essa mudança levanta questões sobre a manutenção do controle e a construção da confiança, além de fomentar uma cultura participativa de aprendizagem que permite aos estudantes partilhar a sua própria experiência em sala de aula. Ao mesmo tempo, a mentalidade e o conjunto de habilidades do letramento em novas mídias estão mudando a própria disciplina. Com efeito, estamos ensinando uma versão desatualizada de letramento se não utilizarmos como apoio as práticas que as novas mídias e as novas tecnologias oferecem.

 

Convite para participar

 

A integração do letramento midiático na aprendizagem lembra o conceito de "síndese" apresentado pelo antropólogo Robert Plant Armstrong em "O que é vermelho, branco e azul e sindético?" (1982). Síndese é um processo que reúne momentos reservados (particulares, independentes) ou incrementa o que Amstrong chama de "presença" para formar um todo. A síndese tem importantes aplicações nos ambientes de aprendizagem de hoje porque garante que os educadores e os alunos contribuam para o conhecimento coletivo que está sendo gerado pelo grupo. O resultado final é um ambiente que compartilha informações em múltiplos formatos, que se tornam semelhantes apenas quando o grupo as reúne.

 

Uma das principais abordagens ao paradigma da nova aprendizagem no Projeto NML é a Biblioteca da Aprendizagem, um novo tipo de ambiente que possui as características da "síndese" e da cultura participativa. A Biblioteca da Aprendizagem possui um modelo baseado em atividades que agregam mídias da Rede - como vídeo, imagens ou arquivos de áudio - e oferecem ferramentas para que os usuários integrem aquela mídia a um objetivo de aprendizagem. Os educadores são encorajados a contribuir com suas próprias mídias ou esboçar novos desafios de aprendizagem a partir de mídias já existentes na Biblioteca, e colaborativamente construir e compartilhar novas coleções, sobre temas específicos. Esses desafios vão de jogar um jogo de Física, desenhado para exercitar a resolução de problemas, até desenvolver caminhos colaborativos para trazer a inovação à sala de aula, passando por ensinamentos sobre "atribuições" enquanto se explora questões que envolvem copyright, domínio público, uso justo e Creative Commons.

 

O Projeto NML presenteou a Biblioteca da Aprendizagem com sua primeira coleção de 10 "desafios" de aprendizagem, para que os usuários possam explorar e experimentar, aplicando o letramento em novas mídias nas suas atividades de sala de aula. Um exemplo de nossa primeira coleção de desafios, chamada Expressando Personagens, usa o letramento em novas mídias através de navegação transmidiática. Nessa atividade, o estudante aprende como a trama pode ser estendida através da mídia enquanto acompanha as aventuras de Claire Bennet, uma personagem do seriado Heroes. Depois de explorar como Claire foi retratada na televisão, nos quadrinhos e no MySpace, os alunos praticam a navegação transmidiática trabalhando um de seus personagens preferidos e adaptando-o para formas midiáticas em que o personagem não existe ainda. Os alunos trazem suas próprias experiências para esse desafio e disponibilizam suas criações na Biblioteca, onde elas podem ser visualizadas e remixadas por outras pessoas com diferentes objetivos de aprendizagem. Ao explorar e praticar a habilidade de navegação transmidiática no letramento em novas mídias, os estudantes aprendem como construir significados através de diferentes tipos de mídia - não somente em relação ao texto impresso. Dessa forma, esses novos modos de comunicação evidenciam a necessidade de ensinar novas formas de expressão e novos métodos de compreensão do mundo digital.

 

Conclusão

 

O principal objetivo do Projeto NML é entender o que acontece quando as diversas formas de mídia estão totalmente integradas nos processos de aprendizagem. Os letramentos em novas mídias baseiam-se em práticas de publicação já existentes, possibilitando novas práticas de alfabetização em que, segundo o New London Group, "o textual também está relacionado com o visual, o áudio, o espacial, o comportamental, e assim por diante." Estas práticas oferecem novos recursos e trajetórias para aprendizagem das disciplinas.

 

Nossos alunos já estão se apropriando das informações da Web e transformando-as em novos conhecimentos. Eles já estão aprendendo uns com os outros e participando do processo de aprendizagem dos seus pares. Eles já se conectam, criam, colaboram e divulgam informações através dos novos meios de comunicação. O objetivo para nós, como educadores, é o de encontrar novas maneiras de aproveitar e potencializar os seus interesses e as competências sociais para estabelecer um ambiente participativo de aprendizagem. Os professores e administradores devem aprender como aproveitar este novo paradigma de aprendizagem para envolver nossos alunos, e nós incentivamos você a usar a Biblioteca da Aprendizagem e ver se ela funciona para o seu contexto.

 

Referências

 

Armstrong, Robert Plant. "What's Red, White, and Blue and Syndetic?"Journal of American Folklore, 1982.

Building the Field of Digital Media and Learning. MacArthur Foundation.

Jenkins, Henry et al. "Confronting the Challenges of Participatory Culture: Media Education for the 21st Century."MacArthur Foundation, October 2006. digitallearning.macfound.org

The New London Group. "A Pedagogy of Multiliteracies: Designing Social Futures." In Multiliteracies: Literacy Learning and the Design of Social Futures, edited by Bill Cope and Mary Kalantzis. Routledge, novembro 1999.

Erin Reilly é uma renomada especialista em design e desenvolvimento de conteúdos educacionais por meio da aprendizagem virtual e aplicações de novas mídias. Como diretora de pesquisa do Project New Media Literacies do MIT, Reilly ajuda a conceituar a visão do programa e a desenvolver uma estratégia para a sua execução. Antes de entrar no MIT, Reilly havia co-criado a Zoey's Room, uma comunidade online nacional para meninas de 10 a 14 anos, incentivando a criatividade através da ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Em 2007, Reilly recebeu um Prêmio de Líderes em Aprendizado da Cable por sua abordagem inovadora para a aprendizagem, e foi selecionada pela National School Boards Association como uma das "20 educadoras a serem observadas".

Pew Internet & American Life Project.

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